quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PROPOSTA DO PS É RENEGOCIAR OS JUROS

É curioso como alguns políticos, de discurso fácil, arranjam logo como solução para o país, medidas a tomar por entidades externas, ou seja, reduzir juros dos empréstimos da Troyka ou obter mais tempo para o reequilíbrio orçamental.

Quer isto dizer que não têm soluções internas para resolver o problema do défice e da dívida excessiva. A solução seria ir buscar lá fora a solução.

Mas mesmo essa solução é uma falácia. Senão vejamos.

O jornal francês La Tribune, publicava no seu site, em 26 de outubro de 2012, um artigo sobre qual o custo que os países, sob ajuda externa, estão a suportar nos empréstimos disponibilizados pela UE. Esse custo, de acordo com dados da UE situavam-se para Portugal e Irlanda pouco acima dos 3%.

Será esta taxa elevada ? Claro que do ponto de vista do devedor, qualquer taxa acima dos 0% é elevada. Para sermos honestos, devemos comparar esta taxa com o rendimento (yield) que as obrigações do tesouro português proporcionavam, no mercado secundário, antes da crise.

Entre 2006 e 2012 as taxas de rendimento das obrigações portuguesas a 10 anos, estiveram sempre acima dos 4%. Para obtermos taxas mais baixas que esta, teremos que ir ao ano de 2005, mas mesmo aí as taxas estiveram sempre acima de 3%.

Ou seja, aqueles que procuram soluções para Portugal com base em medidas tomadas por outros, que não portugueses, não fazem mais do que evidenciar a sua incompetência para propor soluções internas, com base na capacidade e disponibilidade dos portugueses, para além de revelarem um gritante desconhecimento sobre aquilo de que falam.

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