segunda-feira, 5 de novembro de 2012

PERDÃO DE DÍVIDA E JUROS

É curioso ouvir falar alguns políticos da esquerda sugerir que a solução está no não pagamento de juros ou de parte da dívida.

Será que não fazem contas ?

Em 2010, os juros da dívida pública foram de 4,9 mil milhões de euros, e o défice ascendeu a 16,9 mil milhões de euros. Ou seja, mesmo não pagando um cêntimo de juros ainda era necessário pedir emprestado 12,9 mil milhões de euros. Não sei é a quem íamos pedir emprestado, depois de negarmos pagar juros a quem, em anos anteriores, nos emprestou dinheiro.

Em 2011, os juros da dívida pública ascenderam a 6,9 mil milhões de euros, e o défice foi de 7,5 mil milhões de euros. Ou seja, ainda assim precisaríamos de pedir emprestado 0,6 mil milhões de euros.

Isto para não falar de reembolsar os empréstimos anteriores que entretanto se venceram, em cada um daqueles anos.

Mais uma vez se verifica que fazer política barata é fácil. Bastava saber aritmética básica para concluir que tão expedita solução dos problemas não passa de falácias supostamente baratas (digo supostamente, por que na verdade, caso fossem implementadas, sairiam bem mais caras ao povo português).

Tentar obter perdão de juros ou de dívida, antes de equilibrar as contas, é pura demagogia. Só podemos aspirar a algum perdão depois de demonstrarmos que as contas estão equilibradas.

Sejamos honestos. Há alguém, no seu perfeito juízo, que esteja disponível para nos perdoar juros ou dívida, para no dia seguinte nos voltar a emprestar dinheiro ?

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