domingo, 12 de julho de 2015

É O LÍDER DO PS CONFIÁVEL ?

António Costa tem se esforçado para transmitir confiança junto dos eleitores, pois sabe que parte importante do capital político resulta da confiança que possa transmitir.

Pois bem, mas será que o líder do PS é um político em quem se pode confiaar ?

Vejamos o seu passado político.

Quando esteve no governo do PS, como ministro da justiça, não levou o seu cargo até ao fim, para se dedicar às eleições autárquicas para a Câmara de Lisboa.

Poder-se-á dizer que estava na sua disponibilidade pois estaria mais talhado para presidir à CML.

Pois bem, como a campanha autárquica durou alguns meses, o ainda candidato autarca e demissionário do governo, sem remuneração, assina um contrato com esse mesmo governo de que havia saído momentos antes, para o assessorar em questões europeias, ganhando €12.500 (ver DN de 12 de março de 2015). A assessoria acabaou no dia anterior à tomada de posse na CML. Que conveniente.....

Quando o PS teve o seu pior momento, com a saída de José Sócrates, António Costa não se mostrou disponível para assumir a liderança do partido, pois estava mais cómodo na CML. Que conveniente.....

Quando o então líder do PS António José Seguro vence as eleições europeias, mas sem maioria, logo apareceram os socráticos a denegrir o trabalho de Seguro e a convidarem  António Costa a assumir a liderança do partido. Este, não se fez rogado com o convite, foi adiante com a disputa da liderança do PS. Logo começou por prometer que com ele o PS iria ganhar maioria absoluta, ainda que para isso tenha apunhalado nas costas o seu camarada de partido que heroicamente tinha feito a travessia do deserto sem grandes apoios internos. Que conveniente.......

Ganhou as eleições no partido e desde essa altura que as sondagens não param de baixar nas intenções de voto no PS. Que chatice, agora apenas proclama a necessidade de ganhar eleições, sejam por que votos forem. Que conveniente.....

Na pressa de conseguir novos aliados para o PS, apressou-se a dar o seu apoio, pelo menos psicológico, ao candidato Sampaio da Nóvoa, para as presidenciais. De tal maneira que o candidato já se via como o escolhido pelo PS. Poucos meses decorridos, e pela postura fraca e incógnita deste candidato mais talhado para o apoio do BE, já António Costa começou a distanciar-se dele de tal modo que já se fala na candidatura cândida de Maria de Belém Roseira. Que conveniente..........

Ou seja é este novo líder do PS que se apresenta ao país, de forma determinada, a vender ao eleitorado uma imagem de político confiável.

O quê ? Só mesmo um eleitor distraído ou espumando de vingança contra PPC é que pode estar cegamente crente que este é o político confiável que Portugal merece.



sábado, 11 de julho de 2015

CONTRA FACTOS NÃO HÁ......

O governo grego brindou a Europa e o mundo com a maior farsa ao nível dos referendos.

Perguntou ao povo grego, numa pergunta que de certo não passaria no crivo do nosso Tribunal Constitucional, se estava ou não de acordo com a proposta de austeridade apresentada pelo Euro grupo e FMI.

A resposta inequívoca do provo grego é que estavam contra. Ora para aprenderem a estar mais atentos, o governo grego não esperou mais de 24 horas para ir a correr a Bruxelas entregar a sua proposta de mais austeridade. Concluiu-se com isto que o governo grego acabou de apelidar de estúpidos ao seu "querido" povo.

Mas esta farsa dura já há 6 meses, senão vejamos.

O Euro grupo, logo após a tomada de posse do novo governo grego propôs a extensão do anterior programa de auxílio, por forma que as partes tivessem tempo e sabedoria para delinear um programa mais consentâneo com a realidade grega.

Pois bem, o que fizeram os líderes gregos ? Afirmaram e gritaram para quem os quis ouvir que não aceitavam mais austeridade e que apenas estavam disponíveis para aceitar ajuda em troca de um perdão da dívida.

Ou seja, quando tomaram posse, a Grécia crescia ainda que de forma tímida e o emprego mostrava sinais de crescimento, bem como a taxa de juro dos títulos de dívida grego a 10 anos, nos mercados secundários, estava em redor de 10% enquanto agora estão em redor dos 18%.

Por outro lado, embora não fosse muito consistente, havia um mínimo de capital de confiança que tinha permitido ao Euro grupo e ao FMI continuarem a emprestar dinheiro à Grécia.

Agora, depois da desfaçatez que o governo grego fez ao seu povo, contrariando a vontade expressa em referendo, e depois de desbaratar o mínimo de capital de confiança com os seus interlocutores credores, é praticamente impossível admitir que o Euro grupo e o FMI ainda acreditem na capacidade e vontade do governo grego em concretizar as medidas que estão subjacentes à assinatura de qualquer acordo de resgate.

Perante este cenário negro, apenas ultrapassado pelo cenário previsível do que poderá o povo grego vir a passar se a banca rota for declarada, não resta senão admitir que aquilo que o governo grego tanto ansiava (perdão da dívida) acabará por acontecer à bruta, com o incumprimento e a necessidade de se delinear um programa de emergência para acudir às necessidades mais prementes (nada tendo a ver com a manutenção do status quo) com medicamentos e outros bens de primeira necessidade para suprir a fome e a desgraça que irá prevalecer na Grécia.

Se os anteriores governos gregos são substancialmente culpados pela mediocridade a que chegou a economia grega quando o Syriza tomou posse, a mais eloquente demagogia do Syriza e dos seus principais líderes são os principais e únicos culpados pela lama em que acabaram de colocar o seu povo, com a agravante de os terem feito passarem por estúpidos.....


quinta-feira, 18 de junho de 2015

A FALÊNCIA DOS ARGUMENTOS DO GOVERNO GREGO

Os governantes gregos têm defendido que as instituições credoras, no passado, cometeram um crime, na medida em que os empréstimos que concederam àquele país não foram desejados nem pretendidos pelos gregos, e levaram à situação atual de insolvência do país.

E nessa medida, os gregos não se sentem obrigados a pagar a dívida contraída pelos anteriores governantes.

Esta tese é tão absurda como contraditória. Isto por que, esses mesmos governantes (atuais) pretendem que os credores (atuais) façam novos empréstimos à Grécia sem que o governo grego implemente as reformas necessárias, por forma a que o país se torne sustentável, e, no futuro, a Grécia possa reembolsar os novos empréstimos necessários ao pagamento atual das reformas, subsídios, salários do estado, investimentos públicos, despesas com a saúde e educação, etc, etc.....

Ou seja, se os credores (atuais) caíssem na ratoeira de emprestar (agora) à Grécia sem primeiro garantirem que o atual governo grego providencie no sentido de dotar a economia com as reformas necessárias a possibilitar que no futuro (daqui a 20 ou 30 anos) o estado grego possa reembolsar os empréstimos atuais, então os credores (atuais) estariam a legitimar a crítica que os atuais governantes fazem relativamente à dívida contraída há 20 ou 30 anos atrás.

Pois bem, o que o governo grego (atual) quer mesmo é o dinheiro dos financiadores para que a demagogia pague as promessas eleitorais que de outra forma não têm capacidade de fazer.

Tanto assim é que algumas das medidas propostas pelos atuais governantes gregos para resolver o défice do Estado (como por exemplo a introdução de medidas anti corrupção, anti fuga de impostos, pagamento de mais impostos pelos contribuintes de maior poder financeiro, implementação de economia digital nos concurso públicos, etc...), ainda não foram iniciadas, 6 meses após a tomada de posse do governo, ainda que tais medidas possam ser consideradas certas e desejáveis em qualquer país do mundo.

Ou seja, aquilo que depende exclusivamente da capacidade dos governantes da Grécia, e que, propagandisticamente, se propõem fazer, e que qualquer economista (a favor ou contra a posição do governo grego) apoia e adere, não foi feito nem iniciado, embora esteja na total disponibilidade dos atuais governantes fazerem, independentemente de haver ou não acordo com os credores.

Mas, esses mesmos governantes gregos, apenas se propõem implementar tais medidas se os credores abrirem os cordões à bolsa sem quaisquer condições.

Ou seja, os governantes gregos só estão disponíveis para fazerem medidas de anti corrupção, maior eficiência do Estado, maior equidade nos impostos, etc., se os credores não colocarem mais entraves ao governo grego.

Esta atitude é reveladora da total incapacidade de governar por parte desta nova elite grega, sendo mesmo sinónimo da vontade de não fazer nada em prol da melhoria do país.

Ou seja, os argumentos do governo grego não servem para justificar a sua intransigência em assinar um acordo com os credores, como serve apenas para confirmar a contradição dos argumentos apresentados para não fazer acordos.

No mínimo, lamentável.