quarta-feira, 14 de novembro de 2012

GREVE GERAL

Será que a greve geral agendada para 14 de novembro de 2012 é um investimento, tal como afirmou o secretário geral da CGTP, Arménio Carlos.

As palavras de ordem desta greve geral são "não à troyka", "não à austeridade", "não a este governo".

Mas será que está na disponibilidade de uma qualquer central sindical reivindicar ou melhor promover uma tal reivindicação ?

A troyka foi chamada pelo governo em exercício àquela data, no âmbito das suas funções, competências e capacidades. Segundo a Constituição cabe ao governo a condução da política económica e externa do país. Não consta que tais atribuições sejam função dos sindicatos.

Quanto à austeridade, ela é decorrente da política económica definida pelos governos, consubstanciada na aprovação dos orçamentos aprovados pela assembleia da república, a qual resulta do voto popular. Também aqui, não se vislumbra na Constituição qualquer destas atribuições reconhecidas aos sindicatos.

Finalmente, a punição do governo com a sua substituição. A formação dos governos resulta do convite do Presidente da República ao partido vencedor para formar governo, o qual, propõe um nome, em geral o seu presidente ou secretário geral, para ser indigitado primeiro ministro e formar governo. Esse governo, uma vez constituído, formulará o seu programa, o qual será colocado a votação na assembleia da república, pelos deputados eleitos e representates do eleitorado. Também aqui, a Constitução não reconhece qualquer papel aos sindicatos.

Então qual o investimento que o secretário geral da CGTP quererá subentender. Não vislumbro outro que não seja a sua consagração como Presidente daquela central sindical. É verdade que os líderes recem eleitos, carecem fortemente de cerrar fileiras em torno da sua personalidade para se afirmarem como líderes aglutinadores.

Pobres estão e mais ficarão os trabalhadores que não compreendem que a sua vinculação à greve geral nada fará mudar nas suas carências e ambições. Se algum efeito terá é que menos receitas proporcionarão ao Estado e mais serão solicitados a contribuir para reduzir o défice do mesmo amanhã. Assim, pagam de duas formas, não recebem o ordenado do dia da greve e terão que contribuir no futuro com mais impostos pelas receitas não obtidas por via dos impostos.

Mais uma vez a população não vê que os actos de hoje se transformam nos impostos de amanhã.

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