Nas últimas semanas consta que um pretenso consultor / economista das Nações
Unidas e do Banco Mundial deu uma série de palestras e entrevistas a vários
orgãos de comunicação social.
Nessas intervenções, o pretenso consultor proponha um conjunto de medidas inadiáveis,
entre as quais a renegociação da dívida.
Como os nossos jornalistas já se esqueçeram das suas obrigações em confirmar
se as fontes são fidedignas, antes de dar qualquer notícia, o pretenso
consultor teve direito a tempo de
antena, e às mais inusitadas atenções dos media.
Passado o tempo das propostas bombásticas foi tempo de se fazer aquilo que
se deveria ter feito logo de início. Ou seja, verificar a credibilidade do dito
sujeito.
Feitas as primeiras pesquisas logo se concluiu que o dito consultor não
passaria senão de um mais que provável impostor, pois as suas credenciais não
batiam a bota com a perdigota.
Mais uma vez o nosso jornalismo foi posto à prova e chumbou rotundamente. Na
ânsia de dar palpites fáceis para a resolução da crise, dá voz a
qualquer um que se apresente com alguma receita milagrosa.
Triste vai um país em que tamanha quantidade de jornalistas e pretensos
orgãos de comunicação credenciados dão voz a qualquer um que se apresente como
um qualquer druída capaz de ter a poção mágica no seu bolso, ou num qualquer paper universitário,
suportado num qualquer power point.
Já o meu filho é craque em power points na escola. Mas não é esse facto que
faz dele um especialista em economia, muito menos num estratega credenciado na
resolução de crises financeiras soberanas.
É tempo dos orgãos de comunicação social nacionais selecionarem melhor o tipo de
comentadores que convidam para os debates sobre a crise financeira / económica. É que com tamanha falta de profissionalismo arriscamo-nos a que as
mais cretinas sugestões, de pretensos especialistas, sejam projetadas também em
outros orgãos de comunicação social estrangeiros, com repercusões
necessariamente negativas para Portugal.
É que, infelizmente, as sugestões do tal pretenso consultor foram mesmo reportadas por orgãos de comunicação internacionais. E uma tal ignomínia em vez de auxiliar a imagem de Portugal só ajuda a afundar mais a sua credibilidade.
Haja bom senso e um pouco mais de profissionalismo....
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