quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

SOBERANIA PARTILHADA

Muito se tem falado acerca da necessidade de partilhar soberania com a UE.

Uns vêem-na como uma possibilidade de criar novas oportunidades para o expansionismo das políticas orçamentais. Nesse entendimento tem alinhado o PS, que durante muito tempo defendeu como solução para a crise os EUROBONDS, ou seja, a emissão de dívida de cada um dos países da UE mutualizada pelos restantes países (lei-se com garantia dos restantes países).

Mas será que é isso que representa mesmo a partilha de soberania que é proposta pela comissão europeia e a única admitida pelos países mais ricos da UE ?

Não me parece de todo.

Na realidade, a partilha que a Comissão Europeia e alguns países mais ricos têm admitido é aquela que tem subjacente uma maior vigilância e rigor das políticas orçamentais a seguir pelos países da UE, por forma a evitar riscos de insolvência dos países.

Mas esta partilha de soberania o PS e os partidos à sua esquerda não querem. O que o pretendem é que a UE dê mais dinheiro, de preferência a fundo perdido, e promova investimentos públicos, com o aval da UE, para grandes projetos de infraestruturas (mesmo que não representem qualquer retorno financeiro ou económico, positivo). Ou seja, admitem uma espécie de "governo central da UE" apenas para disponibilizar dinheiro aos vários membros (mesmo que para isso instigue ou promova o BCE a emitir moeda), e que desenvolva/promova grandes projetos, quanto mais megalómanos melhor, permitindo promover a imagem dos governos nacionais (pois estes têm que se ocupar com inaugurações, visitas e ganhar eleições).

Não sei porquê, mas esta abordagem tem um leve cheirinho a bananas da Madeira, que de doces já não têm muito, e estão em risco de cair de podres se não houver uma safra urgente. Vá-se lá saber porquê ??

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