sábado, 11 de julho de 2015

CONTRA FACTOS NÃO HÁ......

O governo grego brindou a Europa e o mundo com a maior farsa ao nível dos referendos.

Perguntou ao povo grego, numa pergunta que de certo não passaria no crivo do nosso Tribunal Constitucional, se estava ou não de acordo com a proposta de austeridade apresentada pelo Euro grupo e FMI.

A resposta inequívoca do provo grego é que estavam contra. Ora para aprenderem a estar mais atentos, o governo grego não esperou mais de 24 horas para ir a correr a Bruxelas entregar a sua proposta de mais austeridade. Concluiu-se com isto que o governo grego acabou de apelidar de estúpidos ao seu "querido" povo.

Mas esta farsa dura já há 6 meses, senão vejamos.

O Euro grupo, logo após a tomada de posse do novo governo grego propôs a extensão do anterior programa de auxílio, por forma que as partes tivessem tempo e sabedoria para delinear um programa mais consentâneo com a realidade grega.

Pois bem, o que fizeram os líderes gregos ? Afirmaram e gritaram para quem os quis ouvir que não aceitavam mais austeridade e que apenas estavam disponíveis para aceitar ajuda em troca de um perdão da dívida.

Ou seja, quando tomaram posse, a Grécia crescia ainda que de forma tímida e o emprego mostrava sinais de crescimento, bem como a taxa de juro dos títulos de dívida grego a 10 anos, nos mercados secundários, estava em redor de 10% enquanto agora estão em redor dos 18%.

Por outro lado, embora não fosse muito consistente, havia um mínimo de capital de confiança que tinha permitido ao Euro grupo e ao FMI continuarem a emprestar dinheiro à Grécia.

Agora, depois da desfaçatez que o governo grego fez ao seu povo, contrariando a vontade expressa em referendo, e depois de desbaratar o mínimo de capital de confiança com os seus interlocutores credores, é praticamente impossível admitir que o Euro grupo e o FMI ainda acreditem na capacidade e vontade do governo grego em concretizar as medidas que estão subjacentes à assinatura de qualquer acordo de resgate.

Perante este cenário negro, apenas ultrapassado pelo cenário previsível do que poderá o povo grego vir a passar se a banca rota for declarada, não resta senão admitir que aquilo que o governo grego tanto ansiava (perdão da dívida) acabará por acontecer à bruta, com o incumprimento e a necessidade de se delinear um programa de emergência para acudir às necessidades mais prementes (nada tendo a ver com a manutenção do status quo) com medicamentos e outros bens de primeira necessidade para suprir a fome e a desgraça que irá prevalecer na Grécia.

Se os anteriores governos gregos são substancialmente culpados pela mediocridade a que chegou a economia grega quando o Syriza tomou posse, a mais eloquente demagogia do Syriza e dos seus principais líderes são os principais e únicos culpados pela lama em que acabaram de colocar o seu povo, com a agravante de os terem feito passarem por estúpidos.....


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