sexta-feira, 8 de março de 2013

SALÁRIO MÍNIMO

Muito se tem falado sobre a necessidade de aumentar o salário mínimo. A oposição e os sindicatos estão entre aqueles que advogam a subida do salário mínimo, em contraposição ao governo e supostamente a Troyka, que advogam a manutenção do valor atual.

Mas que argumentos se podem apontar a cada uma das posições defendidas ?

Aqueles que advogam o aumento do salário mínimo defendem que uma tal medida permitiria injetar na economia uma massa significativa de dinheiro, e, por conseguinte, proporcionaria o aumento do consumo interno, ajudando assim a estimular a economia.

Para os defensores desta medida, o acréscimo do salário mínimo, não traria perdas significativas de produtividade das empresas, e, os ganhos com o estímulo económico permitiriam mesmo ultrapassar eventuais aspetos negativos da medida.

Então, por que é que uma tal medida pode se revelar contraprudecente na ótica do governo ?

Analisemos então a situação.

A esmagadora maioria dos assalariados, que ganham o salário mínimo, trabalham em empresas pequenas, com baixos níveis de produtividade, e em situação económica e financeira instável ou periclitante. Ou seja, mesmo para pequenos acréscimos de custos, o risco de insolvência para estas empresas, iria aumentar significativamente. As grandes empresas e as que têm níveis de produtividade elevados, raramente empregam trabalhadores com base no salário mínimo.

Quer isto dizer que, um aumento do salário mínimo, iria colocar em risco precisamente aquelas empresas que mais dificuldades têm, e que poderiam, no curto prazo, evidenciar um risco de insolvência maior. Uma tal situação, colocaria mesmo em risco muitos postos de trabalho, para além de não estimular qualquer acréscimo na contratação de novos trabalhadores.

Em resumo, numa situação em que o nível de desemprego é preocupante, o aumento do salário mínimo poderia aumentar ainda mais o nível de desemprego, em vez de aumentar o nível de empregabilidade, resultante de um evnetual estímulo económico interno.

É curiso verificar que na Alemanha, precisamente o país com maior nível de competitividade na Europa, não é fixado administrativamente qualquer salário mínimo. Os salários são fixados pelas empresas, atendendo ao nível de competividade que as mesmas têm, e que é comportável com a sua dinâmica empresarial.

Se é certo que acréscimos salariais também servem para forçar as empresas a investirem em novos modelos de negócio, por forma a obterem ganhos de produtividade que compensem os aumentos de custos laborais, na situação atual, de escassez de capitais para investimento, os aumentos salariais dificilmente teriam esse efeito.

No momento atual, em que ainda há setores de atividade dinâmicos, melhor seria que os sindicatos reivindicassem melhorias salariais naqueles cujos níveis de produtividade são compatíveis com aumentos de salários. Tal como os cortes cegos na despesa podem-se revelar dessatrosos, também os aumentos cegos do salário mínimo poderão revelar-se contraprudecentes, tendo um efeito contrário ao pretendido, ou seja a promoção do emprego.

1 comentário:

  1. Caro Sr./Sra

    Não vejo qualquer vantagem em diminuir o slário mínimo. Pelo contrário. Reduzir, o já de sí baixissimo, rendimento de muitas famílias traria ainda mais miséria e por acréscimo menos poder de compra, como refere e muito bem no seu artigo. Depois, não estou a ver essas pequenas e médias empresas, em dificuldades ou não, a empregarem mais pessoas se de dia para dia dimuniu a procura dos seus produtos. Esta medida poderia benificiar empresas vocacionadas para a exportação, mas sejamos correctos na nossa análise, empresas que produzem para o exterior não pagam o ordenado mínimo e se o fazem é porque os custos de transporte fazem subir os custos de produção. Só na cabeça de gente cínica como Borges ou pouco inteligente como a de Coelho, é que uma medida destas pode ser vista como geredora de emprego.
    Para além destes pontos há o aspecto moral. Veja o preço das rendas, da electricidade, da àgua, da comida, dos transportes e de tudo mais que seja considerado primeira necessidade e concluirá que a vida de quem ganha o ordenado mínimo é um sufoco depressivo e que as perspectivas de dar um futuro a crianças,está aos poucos a tornar-se cada vez mais uma miragem.

    Para se criar emprego tem-se acima de tudo cortar na burocracia, que trás despesas escusadas e atrasos na croncretização de projectos. Retornarmos à economia familiar nas pescas e na agricultura e promover uma nova geração de proficcionais que, pode sair do país para trabalhar, mas que chama casa à terra que os viu nascer e crescer.

    Por fim, no que se deve cortar é na despesa que o estado faz em gente como Borges, que nem sequer vivem em Portugal.
    Seremos sempre um país adiado, porque a classe política está podre e isto já acontece desde o Marquês de Pombal.

    Cumprimento

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